IMOBILIÁRIO: Mercado de arrendamento em Portugal - desafios sem fim à vista?
Em 2024, arrendar casa em Portugal continuou a ser um desafio crescente devido à disparidade entre a oferta e a procura e aos significativos aumentos nos preços das rendas. As rendas de habitação registaram subidas homólogas superiores a 7% durante oito meses consecutivos, atingindo, em Novembro, uma variação de 7,1%, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Este cenário agravou-se face à oferta limitada de imóveis para arrendar, intensificando a pressão sobre o mercado habitacional.
Com a formação de um novo Governo liderado por Montenegro, no primeiro trimestre do ano, várias mudanças legislativas impactaram o mercado de arrendamento. O Executivo revogou o polémico mecanismo de arrendamento forçado criado no âmbito do Mais Habitação e implementou novos apoios diretos às rendas, tentando aliviar o peso das despesas habitacionais para as famílias.
Além disso, o programa de apoio ao arrendamento jovem Porta 65 sofreu alterações significativas, sendo eliminados critérios restritivos como a renda máxima por tipologia e alargando a idade de candidatura até aos 35 anos. As candidaturas passaram a ser avaliadas mensalmente, permitindo maior flexibilidade e simplificação no acesso ao programa.
O Governo lançou ainda iniciativas como o programa Mais Construir, para estimular a construção e aumentar a oferta de habitação acessível. Apesar das mudanças implementadas, os desafios persistem e o equilíbrio entre preços, oferta e acessibilidade segue como uma prioridade no debate nacional. Eis um resumo do ano.
Rendas mais caras e podem subir até 2,16% em 2025
Ao longo do ano, os preços das rendas habitacionais em Portugal continuaram a aumentar, registando uma subida homóloga de 7,1% em novembro, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Este foi o oitavo mês consecutivo em que as rendas cresceram acima dos 7%, evidenciando uma pressão constante sobre o mercado de arrendamento.
Este aumento das rendas tem contribuído significativamente para a evolução da inflação, que em Novembro alcançou 2,5%, sendo que a subida dos custos de arrendamento é quase três vezes superior à taxa de inflação geral.
Arrendar casa continua, assim, a ser um crescente desafio financeiro em Portugal, impulsionado pela subida constante de preços, que afecta todas as regiões do país. Em 2024, apesar do fim do travão às rendas imposto em 2023, o Governo aprovou medidas para reforçar os apoios aos inquilinos e mitigar o impacto do aumento nos custos de habitação.
Ainda assim, as dificuldades continuam a ser uma realidade e o cenário deverá manter-se no próximo ano. Sabe-se já que os senhorios poderão atualizar as rendas em até 2,16% em 2025, valor confirmado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e correspondente à variação média do índice de preços (excluindo habitação) nos 12 meses até Agosto.
Evolução das rendas das casas e dos novos contratos de arrendamento em Portugal
Os dados mais recentes do INE, divulgados dia 23 de Dezembro, revelam que no terceiro trimestre foram celebrados um total de 23.684 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal, o que representa uma diminuição anual de 5%. Há dois factores que podem ajudar a explicar esta contracção da actividade de arrendamento residencial no país: por um lado, a falta de oferta de casas para arrendar; e, por outro, o facto de muitas famílias equacionarem a compra de casa perante a descida dos juros nos créditos habitação.
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