IMOBILIÁRIO: Preços da habitação atingem novo máximo histórico nos primeiros meses do ano
O mercado imobiliário português está a atravessar um período de forte valorização, com o aumento dos preços das casas a atingir níveis históricos no início de 2025. O Índice de Preços da Habitação revelou que, no primeiro trimestre deste ano, os preços das casas cresceram 16,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, representando o maior aumento de que há registo desde o início da série estatística do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2009.
Este crescimento sem precedentes é resultado de uma conjugação de fatores, entre os quais se destacam a redução das taxas de juro pelo Banco Central Europeu, o lançamento de novas medidas de apoio à compra de habitação para jovens, e uma procura interna robusta, sobretudo por parte das famílias portuguesas. Estes elementos têm vindo a impulsionar o aumento dos preços das casas em todo o território nacional, com especial incidência nas zonas urbanas e regiões de maior atratividade económica.
Dinâmica do mercado: Preços e transacções
Durante os primeiros três meses de 2025, o aumento dos preços das casas não se limitou à comparação anual. Também em relação ao trimestre anterior, registou-se uma subida significativa de 4,8%, a maior variação trimestral desde que há registos. As habitações existentes foram as que mais contribuíram para este aumento dos preços das casas, com uma valorização de 17% face ao ano anterior, enquanto as casas novas subiram 14,5%.
No total, foram transacionadas 41.358 habitações neste período, o que representa um crescimento de 25% em relação ao primeiro trimestre de 2024. Destas, 32.999 eram casas usadas e 8.359 eram novas, mostrando o peso dominante do mercado de imóveis existentes no panorama nacional. Apesar deste crescimento anual, verificou-se uma ligeira redução no número de transacções face ao último trimestre de 2024, refletindo alguma sazonalidade e ajustamentos do mercado.
Volume de negócios e perfil dos compradores
O aumento dos preços das casas traduziu-se também num crescimento expressivo do valor global das transacções imobiliárias, que atingiu 9,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2025, mais 42,9% do que no mesmo período do ano anterior. As casas existentes representaram a maior fatia deste montante, com 7 mil milhões de euros, enquanto as novas responderam por 2,6 mil milhões.
As famílias portuguesas continuam a ser o principal motor do mercado, responsáveis por cerca de 87% das transações realizadas, num total de quase 36 mil casas adquiridas. Este é o peso relativo mais elevado desde 2022, demonstrando a importância do segmento familiar no aumento dos preços das casas. Em termos de valor, as compras por famílias ascenderam a 8,3 mil milhões de euros, um crescimento homólogo de 46,3%.
Regiões em destaque
O aumento dos preços das casas foi sentido em todo o país, mas com particular destaque para algumas regiões. O Norte liderou em número de transacções, com 12.285 negócios realizados, representando 29,7% do total. A Grande Lisboa, embora tenha ficado em segundo lugar em número de vendas (8.018), foi a região que mais dinheiro movimentou, com pouco mais de 3 mil milhões de euros, ou seja, 31,8% do valor total das vendas. A região Centro ocupou a terceira posição tanto em volume de negócios como em valor transaccionado.
A Península de Setúbal e a Região Autónoma da Madeira destacaram-se pelos maiores aumentos relativos no valor das transações, com crescimentos de 0,6% e 0,4%, respetivamente. Estes dados mostram que o aumento dos preços das casas está a alastrar-se a diferentes zonas do país, não se limitando apenas aos grandes centros urbanos.
Factores que impulsionam o aumento dos preços das casas
Entre os principais factores que explicam o aumento dos preços das casas em Portugal, destaca-se a descida das taxas de juro do crédito à habitação, que tornou o acesso ao financiamento mais atrativo. A entrada em vigor de medidas como a garantia pública para jovens e a isenção de impostos na compra da primeira habitação também contribuíram para aumentar a procura, sobretudo entre os mais jovens, que assim conseguem ultrapassar o obstáculo da entrada inicial.
Paralelamente, a recuperação do rendimento disponível das famílias e o crescimento do emprego têm reforçado a confiança dos compradores, incentivando o investimento em habitação. A oferta, por sua vez, não tem acompanhado o ritmo da procura, o que pressiona ainda mais o aumento dos preços das casas, especialmente nas zonas com maior procura.
Perspectivas para o resto de 2025
As previsões dos economistas apontam para a continuação do aumento dos preços das casas ao longo de 2025, ainda que a ritmos possivelmente mais moderados. O mercado deverá manter-se em expansão, com o número de transacções e os preços a crescerem, sustentados por condições de financiamento favoráveis e pelo dinamismo da procura interna.
Contudo, persistem desafios importantes, nomeadamente a acessibilidade à habitação, que continua a deteriorar-se para muitas famílias portuguesas devido ao desfasamento entre o crescimento dos preços e o rendimento disponível. O rácio preço-rendimento em Portugal está entre os mais elevados da OCDE, o que pode limitar a capacidade de muitos agregados para aceder à compra de casa. Além disso, a instabilidade geopolítica e possíveis alterações nas condições financeiras globais podem vir a afectar a confiança dos agentes económicos e a evolução do mercado.
O aumento dos preços das casas em Portugal no início de 2025 atingiu valores históricos, impulsionado por uma procura forte, novas medidas de apoio e condições de financiamento mais favoráveis. O mercado imobiliário nacional encontra-se numa fase de expansão, com as famílias a assumirem um papel central nas transacções e com diferentes regiões do país a registarem subidas expressivas de preços. Apesar do otimismo, a questão da acessibilidade à habitação permanece como o principal desafio para o futuro, exigindo soluções estruturais para garantir a sustentabilidade do sector e o acesso à casa própria para todos os portugueses.
Contactos: +351 913 335 560 / nuno.garrido@casaviva.pt / @nuno_miguelgarrido
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