IMOBILIÁRIO: Preço das casas sobe 21,6% em Agosto para valores históricos

Recorde histórico na subida do preço das casas

O preço das casas sobe 21,6% em Agosto de 2025, atingindo o maior crescimento homólogo registado em Portugal Continental desde Novembro de 1991, quando os preços cresceram 21,1%. Este aumento representa uma duplicação do ritmo face ao final de 2024, onde a subida foi de 11%. A forte valorização reflecte uma combinação de factores económicos, incluindo aumento da procura e custos crescentes de construção.

Dinâmica mensal dos preços em 2025

Durante 2025, os preços mostram uma tendência constante de crescimento mensal, com variações médias em torno de 2% em quase todos os meses. A excepção foi Maio, que registou uma subida de apenas 0,2%, mas o ritmo de valorização recuperou rapidamente, com Agosto a registar um aumento de 1,8% face a Julho. Esta dinâmica indica um mercado aquecido e resistente, impulsionado pela procura contínua.

Volume de vendas e actividade do mercado imobiliário

O mercado residencial manteve a sua dinâmica robusta, com cerca de 41 mil casas vendidas entre Junho e Agosto de 2025. Este volume mantém-se próximo aos níveis dos dois primeiros trimestres do ano, indicando estabilidade nas transacções apesar do aumento dos preços. O elevado número de vendas demonstra a persistência da procura em adquirir habitação num contexto de valorização acelerada.

Segmentação do mercado: habitação nova vs. usada

Os preços médios reflectem diferenças significativas entre habitação nova e usada. No trimestre em análise, o preço médio nacional por metro quadrado foi de 2.753 euros, onde as casas novas atingiram 3.453 euros/m² e as usadas ficaram por 2.629 euros/m². Esta separação destaca o valor acrescentado da construção recente e a preferência por imóveis modernos, apesar dos custos mais elevados.

Preços médios regionais e desigualdades territoriais

Os preços das casas variam amplamente pelo território nacional. Lisboa segue como a cidade mais cara, com preços médios acima dos 4.500 euros por metro quadrado, refletindo elevada procura e oferta limitada. O Porto destaca-se com valores médios próximos dos 3.000 euros/m², enquanto regiões do interior como Castelo Branco, Portalegre e Guarda apresentam preços mais acessíveis, geralmente abaixo dos 1.000 euros/m², ainda que com tendência de subidas.

A ilha da Madeira mantém preços elevados em cerca de 3.500 euros/m², posicionando-se como um dos mercados regionais mais valorizados, influenciado por demanda turística e condições económicas específicas.

Impacto da valorização do preço das casas nas famílias

O crescimento expressivo do preço das casas implica um aumento significativo no esforço financeiro das famílias portuguesas para adquirir habitação. O acesso à casa própria torna-se mais exigente, principalmente para jovens e grupos de menor rendimento, que enfrentam desafios acrescidos para entrar no mercado imobiliário.

Factores que impulsionam a subida dos preços

Além da procura crescente, factores como o aumento dos custos da construção, escassez de mão-de-obra qualificada e elevação dos preços das matérias-primas intensificam a pressão sobre os preços finais das casas. O aumento dos juros e condições de crédito também influencia o mercado, embora o impulso da procura continue a ser determinante.

Perspectivas e desafios para o mercado imobiliário português

Espera-se que a valorização das casas em Portugal continue, embora seja fundamental garantir a sustentabilidade do mercado. Equilibrar o crescimento dos preços com políticas que promovam o acesso e a oferta é crucial para evitar desequilíbrios que possam afetar a estabilidade social e económica.

Investimentos em construção, medidas de incentivo à habitação acessível e inovação no financiamento são estratégias indispensáveis para responder aos desafios do mercado no médio e longo prazo.

Contactos: +351 913 335 560 / nuno.garrido@casaviva.pt / @nuno_miguelgarrido

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